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quinta-feira, março 27

eduardo (I) 

depois há o outro eduardo. a outra metade.

eles eram daqueles casais que dificilmente se encontra. daqueles que cria inveja e que bem pode com ela. daqueles com que se sonha poder vir a ser... tal como se sonha com príncipes e princesas, castelos e dragões, com um «era uma vez» que acaba invariavelmente no «viveram felizes para sempre».

tentei encontrar mais e apenas consegui descobrir outros dois casais da mesma estirpe. dois. ao todo três. nem uma mão cheia.

conversavam. riam. eles sim, eram dois em um... felizes. amando-se nessa unidade. perdiam-se na intimidade. na cumplicidade rara. à prova de bala. via-se... quando um precisava, o outro dava. quando um caía, lá estava o outro, a ampará-lo. eram daqueles que adoecem à vez, para estar sempre um bem, a tomar conta do outro. daqueles que partilham as alegrias e dividem a dor, como os verdadeiros amigos.

daqueles que foram feitos para estar juntos. daqueles que não deviam morrer separados.

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quarta-feira, março 26

eduardo 

(título alternativo a «o gordo»)

- era novo?
- não.
- era saudável?
- não...
- tinha cuidado com o que comia? fazia desposto?
- não.
- pois...

pois nada. há pessoas que deviam ser invencíveis. intocáveis.
era gordo. sei das fotografias que em tempos fora magro, mas há 35 anos que o conheço gordo. o mais gordo que alguma vez conheci. era enorme. e era um bom garfo. e gostava de copos. e de fumar. e de conversar. e de amar. e fazia tudo isto sem regras. com o gosto que cada garfo, cada copo, cada passa, cada dedo de conversa é capaz de dar. era enorme pela vida que trazia dentro de si. enorme pela forma como conseguia preencher os outros. e isto também devia contar. outras coisas - que não a idade, a saúde, a vida regrada, o colesterol, as horas a que nos deitamos, o que comemos, bebemos ou fumamos - deviam contar.

o exercício do gosto pela vida não deveria levar à sua destruição. há uma certa proporcionalidade, uma regra de causa e efeito que não me faz sentido. que desprezo. pelo contrário, o gosto pela vida devia dar créditos. dar anos de vida. dar acesso a uma semi-eternidade real. porque a memória, essa, ficará para todo sempre.

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domingo, março 9

All at once
The world can overwhelm me
There’s almost nothing that you could tell me
That could ease my mind

Which way will you run?
When it’s always all around you
And the feeling lost and found you again
A feeling that we have no control

Around the sun
Some say it’s going to be the new hell
Some say it’s still too early to tell
Some say it really ain’t no myth at all

We keep asking ourselves
Are we really strong enough?
There’re so many things
That we got too proud of

all at once, jack johnson. clique aqui para ler o resto e... ouvir!

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