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sexta-feira, dezembro 31

para o resto da vida desejo nunca ter de escolher entre dois filhos*.

* como aquela mãe em phuket

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- quando tiver seis anos vou ser assim alta como a mãe?
- não, querida. só quando for mais velha.
- e quando tiver nove?
- não. nove também não.
- e doze?
- hum... acho que também não.
- e... dezassete?
- bem, com dezassete talvez... mas não tenho a certeza...
- e trinta e dez?

para 2005... desejo continuar a rir com pequenas coisas.

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terça-feira, dezembro 28

eu hoje vou-me deitar assim 


deixando para trás um dia cheio... ou vários...

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quinta-feira, dezembro 23



- aimer c'est donner ou prendre?
- c'est se méprendre! on confond tout. tout ce qui brille n'est pas de l'amour, c'est de la confisserie. mais qui a osé composer le verbe aimer? tu aimes plus ta mère que la confiture qu'elle te prépare? tu aimes la bière et la choucroute. on est un océan d'amours noyés.


brel.

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quarta-feira, dezembro 22



- Estás muito bonita! Fazes-me lembrar um tango de Arola que eu ouvia no cabaré 'Parda Flora', em Buenos Aires.
- Talvez houvesse por lá alguém parecido comigo?
- Não. É precisamente por não te pareceres com ninguém que gostaria de te encontrar sempre. Em toda a parte.
- Não iria consigo, Corto Maltese!


in A balada do Mar Salgado

a pandora chegou à blogosfera. eu gostei da sua estreia. be welcome!

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terça-feira, dezembro 21


The thing about trains... it doesn't matter where they're going.
What matters is deciding to get on.


in The Polar Express

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quinta-feira, dezembro 16

quem dá mais - parte 2 

...continuação...

eu: boa tarde. queria o impresso para justificar a perda do BI.
burocrata5: são sete euros e 55.
eu: não. eu só queria o impresso para justificar a perda. o outro, para pedir renovação, já tenho.
burocrata5: já tem? este, já tem?
eu: sim. só queria mesmo o outro, o que custa 50 cêntimos.
burocrata5. ah, tá bem. então são 50 cêntimos.

lá preenchi. nova senha, mas com atendimento imediato.

eu: boa tarde.
burocrata6: boa tarde. tem as duas fotografias?
eu: sim. aqui estão.
burocrata6: ehhh... tirou o seu último bilhete de identidade em setembro de 2003...? ah hã estas fotos têm mais de um ano?
eu: não sei... o que sei é que, pela cor, foram tiradas a seguir ao verão. porquê?
burocrata6: porque não posso aceitar fotos com mais de um ano.
eu: não sei... acha que têm mais de um ano? não me parece olha a esperteza saloia...
burocrata6: não. parecem actuais... e diga-me, não entregou estas quando tirou o último bilhete de identidade, pois não?
eu: ai! GRRRRR já não sei...!!!
burocrata6: é que se forem as mesma eles devolvem o processo e terá de fazer novo pedido. comecei a sentir suores frios... tremeliques... calafrioss... o chão a fugir-me debaixo dos pés, só de pensar na hipótese de ter de recomeçar tudo do princípio.
eu: bem, então o melhor é ir ali tirar umas fotos...

são quantro euros e meio. (clic) gosta dessa ou quer repetir? repeti. voltei ao guichet nº4. entreguei as fotos e segui. estava a sair quando me lembrei que tinha o registo de propriedade do carro à minha espera na loja do cidadão, há ano e meio.

virei a esquina e tirei mais uma senha, mas depois vi que «para levantar documentos não é preciso tirar senha». sorri para o burocrata7, que estava a atender um freguês, e mostrei-lhe o papel. (nota importante: no registo de automóveis, «burocrata» passa a masculino).

burocrata7: isso não é aqui.
eu: como?!? diz aqui registo automóvel...
burocrata7: não. isso é das laranjeiras.
eu: hã?
burocrata7: o pedido foi feito na loja do cidadão das laranjeiras. é lá que tem de ir levantar o documento...!


duas horas e sete burocratas depois... eh pá, eu voto é no partido que me apresentar o melhor plano de combate à burocracia.

...disse.

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quem dá mais - parte 1 

...continuação...

lá me meti no carro e fui até à fontes pereira de melo. felizmente, o gonçalo estava comigo e não tive de perder tempo à procura de lugar.
painel nº 1: são domingos de benfica: 10ª CRC
painel nº 2, noutra parede: 10ª CRC: 5º andar
mais uma senha...

beep. 47.


eu: boa tarde. queria uma certidão de nascimento.
burocrata3: ano e local de nascimento?
eu: 19XX, são domingos de benfica.
burocrata3: só um momento. foi buscar o livrinho das referências. nome?
eu: inês bla bla bla bla bla.
burocrata3: eh... inês bla ble...? não tenho registo de nenhuma inês bla ble...
eu: não é bla ble. é bla bla.
burocrata3: euh... também não. qual era a freguesia de residência da sua mãe, no momento do registo?
eu: arroios.
burocrata3: arroios não é uma freguesia.
eu: é....!?
burocrata3: euh... eu acho que não. oh ana, arroios é freguesia?
ana ou burocrata4: é. são jorge de arroios.
burocrata3: ah. então tem de ir a outra conservatória. deixe ver... são jorge de arroios... é a segunda. fica no quarto andar.
eu: obrigada. grrr...

lá desci um andar e tirei mais uma senha. desta vez não estava ninguém ao balcão. duas burocratas conversavam, perto da janela, com ar atarefado. cinco minutos depois os olhares fizeram efeito. o senhor que estava à minha frente foi antendido por uma das burocratas e, um minuto depois, eu fui atendida pela outra. a mesma cena... e lá consegui a certidão. voltei à loja do cidadão.

...continua...

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quem dá mais? 

eu: boa tarde. queria um impresso para renovação do BI.
burocrata1: são sete euros e cinco cêntimos.
eu: ah, e diga-me uma coisa: é preciso algum documento especial, no caso de perda?
burocrata1: não. depois de preencher, tire uma senha e espere pela sua vez.
eu: muito obrigada.

fiz o que me disse até que... beep. número 132.

eu: boa tarde. (regra de boa educação: cumprimenta-se sempre. se não se obtiver resposta, dê-se ao luxo de responder de acordo com o humor do momento.)
burocrata2: boa tarde. e, após verificar o impresso... o BI, por favor.
eu: não tenho... perdi-o.
burocrata2: então precisa de uma certidão de nascimento.
eu: ?!? mas a sua colega acabou de me dizer que para «perda de BI» não era preciso mais documento nenhum...
burocrata2: qual colega? aquela ali?
eu: sim...
burocrata2: ah! nem deve ter ouvido.
eu: como? (e sai um arregalar de olhos.)
burocrata2: não deve ter ouvido. terá de ir tirar uma certidão de nascimento. olhe, o melhor é ir à fontes pereira de melo. é no edifício novo, à frente do palácio sottomayor.
eu: mas não a posso tirar aqui? (afinal, estava na loja do cidadão)
burocrata2: pode, mas demora muito mais tempo e é muito mais caro... onde é que nasceu?
eu: são domingos de benfica.
burocrata2: pronto. tem só de ver a que conservatória corresponde a sua freguesia...
eu: tá bem. obrigada.
burocrata2: olhe, e quando voltar, tem de comprar um impresso onde vai ter de justificar a perda. custa ?0,50.
eu: muito bem. obrigada. boa tarde.

(continua)

PS: a história foi inspirada no «cromo de portugal» da loira e os burocratas 1, 2 e seguintes no «chibo» que autuou (e com razão!) o keyser.

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quarta-feira, dezembro 15

levanta-te e ri 

O país de Sampaio

Pedro Santana Lopes apontou a contradição e Paulo Portas uma razão. O que é óbvio - ideia omnipresente nesta novela - é facilmente demonstrável.

Comecemos pela contradição. O Presidente da República pôde falar por absorção imediata do pulsar anómalo dos últimos meses. É suficiente para um entendimento alcalino - e os estudos de opinião escondem a contradição (...)


(continua aqui)
eu é que não consegui ler mais.

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terça-feira, dezembro 14

coragem 

acabei de saber.
a ti, está a corroer-te os órgãos vitais. a mim, está a corroer-me o coração.
valham-me estes olhos, para deixar escorrer alguma tristeza cá para fora...

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segunda-feira, dezembro 13

bazar 

- o que é isto?
- isto? tomilho.
- tomilho não, to me.

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isto vai de mal a pior 


façam o favor de só me desgelarem quando a merda já estiver toda limpa, sim?

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sábado, dezembro 11

agora?!?!? 

«o governo vai demitir-se esta noite», diz a tsf.

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euforia... 

Doctor Unheimlich has diagnosed me with
Umbigomeu's Disorder
Cause:old library books
Symptoms:neck swelling, red eye, mild euphoria, frequent phantom pregnancy
Cure:take a few spoons of cough medicine and come back in the morning
Enter your name, for your own diagnosis:

via desassossegada

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sexta-feira, dezembro 10

de belém nada de novo 

diz a Lusa que «Os 18 conselheiros de Estado concordaram hoje maioritariamente com a decisão do Presidente da República de dissolução do Parlamento, indicou um comunicado divulgado no Palácio de Belém.»

a única diferença com o comunicado de julho (se ele tivesse existido) é que, a esta frase, teria sido necessário retirar «decisão do Presidente da República de». se relerem a frase com esta correcção... :) nada de novo.

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quentes e boas 

a g. fez-se de cara mas, não resistindo a satisfazer o meu pedido, lá foi investigar qual era o dedo perdido. aqui fica a resposta, acabadinha de chegar de goa:

umbiga, a devoção é canibal. ao pobre santo já só resta o braço e a mão esquerda. do lado direito, em mordidelas e afins amputações relicárias, tudo se foi. quanto aos pés, ficou o dedo grande do direito, e no esquerdo estão todos meios decepados (não sei se trincadelas devotas, se por desgaste).
nem acredito que inspeccionei um cadáver para ti! que são francisco xavier descanse em paz e continue a curar consipações!
beijinhos de goa.
g.


obrigada, amiga!

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le jour on étouffe des autres. la nuit est un autre monde, où ce monde respire

jacques brel, em j'attends la nuit, de paul-robert thomas

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quinta-feira, dezembro 9

fraternidade 

escrevi isto para outro suporte. quis sampaio, santana, outro qualquer ou todos eles juntos numa cruzada a bem da nação, que fosse retirado da edição habitual. esteve para ser publicado aqui, mas os acontecimentos tiraram-me o tempo e depois... passou-se-me. mas hoje, depois de ler o buba, lembrei-me do texto e apeteceu-me outra vez publicá-lo. aqui vai:


«A pneumonia, meus caros amigos, era quase um passaporte para o fim, uma porta aberta para a morte.» Nesse final dos anos 20, Fernando Valle, acabado de se formar em Medicina, receitava então, a quem tivesse adquirido esse livre-trânsito para o outro lado, «aquelas mezinhas do costume, manipuladas por um boticário: papa de linhaça com mostarda para esfregar o peito e as costas, ventosas... para descongestionar os pulmões». Assim, segundo recordava ao Expresso no início de 2003, começava a sua carreria de médico municipal, em Arganil.
Médico, político, maçon ou «cidadão de esquerda», como gostava de ser chamado, Fernando Baeta Cardoso do Valle morreu dia 26, durante o sono, aos 104 anos. Nascido em Cerdeira, a 30 de Julho de 1900, viu de tudo e passou por muito. Descobriu, ano a ano, um «um século espantoso. Um século que criou coisas extraordinárias. E maldade.» A melhor invenção dos últimos 100 anos? «O antibiótico», respondeu. Mas também o automóvel, o avião, a televisão, o genoma humano.
Um entre seis filhos de um João Semana, foi ao lado de Fernando Pessa, seu colega de carteira no liceu José Falcão, em Coimbra, que escolheu Ciências com ideia de seguir a carreira militar. Acabou por entrar na faculdade de medicina de Coimbra de onde saiu em 1926, formado «com distinção». Foi aluno de Bissaya Barreto, colega e amigo de peito de Miguel Torga. Deixou a profissão 50 anos depois, com uma única passagem pelo médico, para confirmar «uma análise ao sangue, que veio alterada». Só voltaria a consultar um clínico geral já perto dos 100, quando começou a sentir dificuldade em andar, a «dormir mal, a ter sonhos estranhos», contava, em 2001, ao DNA. «Efeitos da velhice», pensou. Mas depois lembrou-se que «meses antes tinha caído e batido com a cabeça fortemente no chão.» Não tinha medo de morrer, apenas de ficar impossibilitado. A vida foi generosa e foi cumprida a sua vontade.

Ainda este ano apareceu na apresentação da candidatura de Manuel Alegre a líder do PS. Em Maio de 2002 foi o primeiro signatário da candidatura de António Arnaut a grão mestre do Grande Oriente Lusitano. Seis meses antes juntava-se a Mário Soares, Manuel Alegre e Fausto Correia numa arruada por Coimbra, em campanha autárquica pelo PS.
Fernando Valle era o maçon mais antigo do mundo e o militante mais velho do PS. Para ele, a maçonaria era a luz e a república o caminho. A luz, obteve-a em 1923 quando, com o nome «Egas Moniz» foi iniciado na loja maçónica «Revolta». O caminho, guardava-o na memória mais antiga que conseguia lembrar: numa viagem de comboio, do Entroncamento para Coimbra, teve a notícia da implantação da República mostrando como aos dez anos já tinha consciência política.
O futuro confirmava-o: guerrilheiro contra o Estado Novo, passou pela Aliança Republicano-Socialista, pelo Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista e pelo Movimento de Unidade Democrática, apoiou os republicanos na guerra civil espanhola, Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1958) à presidência, foi perseguido pelo antigo regime e preso pela PIDE até que, em Abril de 1973, se juntou às 26 outras figuras que, em Bad Munstereifel, Alemanha, fundaram o Partido Socialista. Depois do 25 de Abril foi apenas, por opção, presidente da comissão administrativa da Câmara Municipal de Arganil e governador civil de Coimbra, devido à insistência de Mário Soares.
Presidente honorário do PS desde 2000, Fernando Valle é agora lembrado como um «exemplo de moral e uma referência cívica» (Jorge Sampaio), «exemplo de convicção, de coragem e de defesa dos valores do Estado de Direito» (Santana Lopes), pela «sua nobreza de carácter, a sua verticalidade e a sua generosidade» (José Sócrates), uma «referência para muitas gerações de lutadores» (Carlos Carvalhas). Com a morte de Fernando Valle, resumiu o Bloco de Esquerda, «a esquerda vê desaparecer um pouco da sua história.»
Teria ficado contente com tanta amizade. Afinal, entre os três princípios da Revolução Francesa, escolhia sempre a Freaternidade, «por incluir tudo o resto».


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quarta-feira, dezembro 8

coffe? 

You're a Classic Cup 'O' Joe.
You're a Classic Cup 'O' Joe!


What Kind of Coffee are You?
brought to you by Quizilla
caído da lua

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terça-feira, dezembro 7

pdi 

estava frente ao espelho e, ali, em cima da orelha esquerda, descobri um cabelo branco. era o meu primeiro cabelo branco. tinha 14 anos e não me causou stress nem neurose de espécie alguma. constatei. ponto. e a vida seguiu pela adolescência fora.
depois, o tempo foi-me trazendo umas quantas rugas. de expressão, muitas. tantas que nem as distingo daquelas que - dizem - aparecem com a idade. registo-as sem dó nem mágoa. existem. vivem. comigo.
a seguir, tive de me habituar ao corpo a estabilizar acima dos 50 quilos, com volumes desconfortáveis e massas dispensáveis... despertei para esse universo quando, há uns anos, deixei de fumar. foi aí que ganhei os dois quilos que me projectaram irremedivavelmente para além dos 50. chato. difícil de gerir. depois engravidei. pari. voltei a engravidar e, de novo, a parir. o corpo esticou e encolheu tanto e tantas vezes que, embora o deseje ardentemente, já não consigo sofrer muito com isso. estabilizei não onde quis, mas onde pude.
não me apercebi do que se passava com o decorrer do tempo, com a passagem dos anos, com o aumento progressivo do número de velas. não me apercebi com as mudanças físicas, com o cansaço, a perda de entusiasmo ou de alguma inocência. não. apercebi-me que a pdi tinha chegado quando ouvi a teresa e a margarida, duas irmãs com uns 19 e 21 anos, tratarem-me por «você». pdi.

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segunda-feira, dezembro 6

ele pode ser daltónico, mas não é surdo... 


jennifer. elysian fields. dreams that breathe your name

obrigada, pá!

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sexta-feira, dezembro 3

- mãe, hoje a beatriz não era minha amiga.
- ai não? e porquê?
- porque era amiga da teresinha.
- e não podem ser todas amigas?
- não.
- eu acho que podem...
- não. a beatriz era amiga da teresinha...
- acho isso uma tontice.

desde o início do ano lectivo que se sucedem conversas deste género.
a maria tem quatro anos. há-de passar-lhe.

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quinta-feira, dezembro 2

:) 



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tradução precisa-se... 

...para isto.

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