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segunda-feira, maio 31

lamento 


vivos ou mortos, os não pronunciados no processo da casa pia serão sempre culpados. vivos ou mortos, lamentavelmente, serão sempre "aquele pedófilo do PS" e "o arqueólogo que era pedófilo". o herman será sempre "o herman", mas da etiqueta não se livra.
lamento sinceramente.

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domingo, maio 30

lanterna 

eósforo, a "estrela da manhã", também era conhecida por "archote da aurora".

depois da "morning star", welcome... the "evening star"!
by alphonse mucha.

NB (para WB): alphonse mucha nasceu em 1860 na morávia. a sua infância e adolescência foram preenchidas pela música mas foram as imagens, as que via nas igrejas, que o fascinaram. contrariou os desejos do pai e como qualquer aspirante a pintor da época, partiu para paris. tinha 27 anos. penou. trabalhou para revistas, como ilustrador, mas isso mal dava para viver. foi-se aguentando dando aulas e fazendo ilustrações. para poupar trocos, chegou a partilhar um estúdio com... gaugin! enfim, vidas.
em 1895, estava com o seu traço definido e a sua arte traçada. foi convidado a ilustrar uma peça de sarah bernhardt, gismonda. ela gostou tanto que o contratou por seis anos. corriam os últimos anos do século XIX e assistia-se ao florescer da arte nova. e enquanto burne-jones imaginava papéis de parede e guimard construía estações de metro (como a que temos na fontes pereira de melo, em lisboa), mucha dedicava-se à ilustração e à publicidade a marcas de champanhe (como o moet et chandon). pintou, por séries, as quatro estações, as quatro alturas do dia, frutos... sempre através da figura feminina.
morreu em 1939, numa checoslováquia ocupada.

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... e realidade 


já nasceu o bebé da madalena. dissiparam-se finalmente as dúvidas: está tudo bem. uff... o filho da gija também já voltou para casa, depois de uma rápida viagem ao mundo do coma. que alívio... podia continuar, mas só me lembro de histórias tristes ou de defechos ainda por determinar. fico-me por aqui, na esperança que uma boa notícia possa atrair outra.

não costumo dar valor à sorte. encaro-a com fatalismo. se ela me apareceu, bestial. e o mesmo para o azar. se calhar é por acreditar que cada um tem o que merece...?


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quinta-feira, maio 27

sonho... ilusão... 

no me olvides que me muero


ai... abrazame esta noche
y aún que no tengas ganas
prefiero que me mientas

tristes breves nuestras vidas
acercate a mi
abrazame a ti por dios
entregate a mis brazos

"pasión", de rodrigo leão
de preferência cantado pela lula pena

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please do not disturb 


hoje sou pouco mais do que isto... deixem-me estar...

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segunda-feira, maio 24

acordar 



aurora pertence à primeira geração divina, a dos titãs. da sua união com astreu, nasceram os ventos - Zéfiro, Bóreas e Noto -, a estrela da manhã - eósforo - e o astros.
as histórias dos seus amores são tantas... conta-se que um dia se enamorou de ares, o deus da guerra. corroída pelo ciúme, afrodite castigo-a, transformando-a numa eterna apaixonada.


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descalabro 

deve ter sido durante a noite, porque me passou despercebido. e deve ser um virus. é isso, um virus que instalou, na função comunicativa da maria, a procura inteligente das palavras - semelhante àquela que, nos telemóveis, é conhecida por escrita inteligente. na maria, afectou-lhe a oralidade:

- troca tintas!, disse-lhe eu quando, minutos depois de gritar "spooorting", começou a apregoar "benfiiica".
- troca-tintas é a mãe, respondeu-me. troca-tintas trotinete... (silêncio)... mãe, o que é uma trotinete?

gosto deste virus. sempre dá para aprender palavras novas.

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desgoverno 

já não passo o dia a ouvir a voz rouca do meu besnico a gritar "mía". agora, em vez de "mía", oiço um bagacento "mã-ía!". está quase. o meu besnico está quase a dizer os "r". preocupa-me, este desgoverno. qualquer dia apanho-a a fumar...

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quarta-feira, maio 19

eu vou 

o meu regresso a casa é sempre complicado. não por voltar para casa, onde tenho os abraços mais pequenos do mundo - a prova de que grande não é sinónimo de bom, muito menos de melhor. não, é complicado o regresso porque a natureza, dia após dia, semana após semana, me obriga a virar costas ao sol. é assim.

hoje mudei de planos. hoje vou atrás dele.

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ontem à noite... 


...foi mais ou menos assim.

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terça-feira, maio 18

sentidos 



gosto do verão - também por causa do linho.

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segunda-feira, maio 17

regresso à infância 

não sei porque é que se estipulou, um pouco por toda a parte, que «mar» seria masculino. não sei. também não creio que haja nenhuma razão particular.
o que sei é que os franceses discordaram e, em vez de seguirem os seus irmãos latinos, lhe mudaram o género. «la mer»... é bonito, gosto da feminilidade, mas... foneticamente lembra-me «l'amèr» («o amargo»).
prefiro a solução de Rubén Darío, o maior poeta latino-americano do início do século. em vez de usar a fórmula castelhana «clássica» - «el mar» -, usou o seu feminino - «la mar». gosto. mas, mais do que tudo, gosto do som - «la mar» lembra-me «l'amar».




A Margarita Debayle

MARGARITA, está linda la mar,
y el viento
lleva esencia sutil de azahar;
yo siento
en el alma una alondra cantar:
tu acento.
Margarita, te voy a contar
un cuento.

Éste era un rey que tenía
un palacio de diamantes,
una tienda hecha del día
y un rebaño de elefantes,

un kiosco de malaquita,
un gran manto de tisú,
y una gentil princesita,
tan bonita
Margarita,
tan bonita como tú.

Una tarde la princesa
vio una estrella aparecer;
la princesa era traviesa
y la quiso ir a coger.

La quería para hacerla
decorar un prendedor,
con un verso y una perla,
y una pluma y una flor.

Las princesas primorosas
se parecen mucho a ti:
cortan lirios, cortan rosas,
cortan astros. Son así.

Pues se fue la niña bella,
bajo el cielo y sobre el mar,
a cortar la blanca estrella
que la hacía suspirar.

Y siguió camino arriba,
por la luna y más allá;
mas lo malo es que ella iba
sin permiso del papá.

Cuando estuvo ya de vuelta
de los parques del Señor,
se miraba toda envuelta
en un dulce resplandor.

Y el rey dijo: "Qué te has hecho?
Te he buscado y no te hallé;
y qué tienes en el pecho,
que encendido se te ve?"

La princesa no mentía.
Y así, dijo la verdad:
"Fui a cortar la estrella mía
a la azul inmensidad".

Y el rey clama: "No te he dicho
que el azul no hay que tocar?
Qué locura! Qué capricho!
El Señor se va a enojar".

Y dice ella: "No hubo intento:
yo me fui no sé por qué
por las olas y en el viento
fui a la estrella y la corté".

Y el papá dice enojado:
"Un castigo has de tener:
vuelve al cielo, y lo robado
vas ahora a devolver".

La princesa se entristece
por su dulce flor de luz,
cuando entonces aparece
sonriendo el Buen Jesús.

Y así dice: "En mis campiñas
esa rosa le ofrecí:
son mis flores de las niñas
que al soñar piensan en mí".

Viste el rey ropas brillantes,
y luego hace desfilar
cuatrocientos elefantes
a la orilla de la mar.

La princesita está bella,
pues ya tiene el prendedor
en que lucen, con la estrella,
verso, perla, pluma y flor.

***

Margarita, está linda la mar,
y el viento
lleva esencia sutil de azahar:
tu aliento.

Ya que lejos de mi vas a estar,
guarda, niña, un gentil pensamiento
al que un día te quiso contar
un cuento.


Bahía de Corinto (Nicaragua)
Isla del Cardón, marzo 20 de 1908

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sexta-feira, maio 14

memória 

and I sat down
"I don't want to suffer".
But she told me
she had nothing to offer
no more.
Now that I know that
I did not know you then

kings of convenience


(the girl from back there)

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quinta-feira, maio 13

limbo 


o príncipe herdeiro do trono do país do sol nascente vai ver o pôr do sol ao castelo de são jorge. a chegada da noite, ao baile de dia 18, está prevista para as 20h45.

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tsunami 

hoje estou afónica. de mim, hoje, não conseguirão ouvir música nenhuma. por isso... allez voir ailleurs. se quiserem uma sugestão, vão visitar o buba, que escreveu um texto sobre a "família" que criou em mim um verdadeiro tsunami.

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terça-feira, maio 11

a dois... 

- o joão sentou-se ao meu lado porque a minha... (silêncio)
- ...a tua?
- a minha... (silêncio)
- a guida?
- sim, a guida. a guidinha.
- ok, mas continua lá a frase: "porque a tua...?"
- ...a minha companhia...
- a tua companhia?!?
- sim, companheira.
- tu disseste companhia!!!
- mulher? não gosto. esposa ainda menos. eh pá, companheira...!
- mas tu disseste companhia!!!



eu prefiro "companhia" a "relação intermitente de não sei quantos anos".

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domingo, maio 9

um tesouro inventa-se 

mr kundal estende-lhe uma pequena caixa. lá dentro, um tesouro...

- ooh!.. u... un trésor! pour moi?.. merci mr. kundal. je peux l'ouvrir?
- tous! tous! trh... surtout pas, p... peter!.. touss!.. touss!.. un trésor ça s'invente... ç... trh... ça se rêve... ça...thr! trh...


o velho médico também tinha recebido um tesouro, há muitos anos atrás. mas nem à beira da morte cedia à tentação de o abrir...

- euh... mais je comprends toujours pas, monsieur kundal.
- ... j'ai peur de... de savoir, peter. peur d'être passé à côté de la vie qui me tendait ses lèvres. trh... trh!..l... le doute entretient. le rêve et l'imaginaire, fiston... oui, le doute... j... je ne le saurais j... jamais... trh... trh... c'était peut-être l... le début d'une belle histoire... peut-être... sa fin. va savoir... trh... la lâcheté est le refuge d... de l'adulte.


peter+ pan


= peter pan

de régis loisel, ed. vents d'ouest

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sexta-feira, maio 7

(qualquer coisa má)... 

...se não te mata, põe-te mais forte.

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terça-feira, maio 4

respirar 

passei o dia a ouvir este senhor



na sua versão perfumada*.

sabem que mais? vou mas é pôr mais alto!

* não pensem que estou a chamar feio, porco ou mau ao keith jarrett! nããã... para pior entendedor, estou a ouvir o köln concert (nt: concerto de... colónia).

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cruzes 

acabou de passar por aqui um helicóptero. o povo correu todo para a janela...
— olha! vai atrás do cruz!
— será da televisão?
— se calhar é da polícia...

a apostar, eu aposto que é da TVI.

a conversa segue dentro de momentos.

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voltei 

estava cansada do refúgio na birmânia (mas, sobretudo, das perguntas, tipo "deitaste sempre a essas horas?", "estavas tão cansada e ainda te puseste a escrever até altas horas?", "mas tu não dormes?!?") que regressei a lisboa. durante uns tempos, as horas que aparecerem no meu bigo vão corresponder mesmo às horas da escrita... ou da sua partilha.

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help! 

hoje só me apetecia aqui pôr imagens, mas até para isso estou cansada. então relembro o big fish e proponho: just look full moon in the diccionary. depois, se fizerem o favor, ponham-lhe umas nuvens à frente. et voilá! linda, não é?

PS: até tinha uma super imagem para aqui pôr (uma bela provocação ao xotôr lopes), mas não sei postar imagens minhas (isto é, sem endereço url)... alguém explica?

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rastos pós-férias 

hoje passei o dia a repôr a vida em ordem. conversa, perguntas, esclarecimentos, nabos, púcaras... as férias têm este mal: o regresso põe-nos (ou a mim, pelo menos) de rastos.

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domingo, maio 2

béjart e fellini, ontem, no coliseu 

se não fosse este senhor


eu hoje tinha saído do coliseu a dizer mal deste outro


hoje foi o último dia do béjart. cheguei ao intervalo tristíssima. "perdeu o fôlego. acomodou-se. foi-se aquela vontade (e capacidade) de surpreender. e começar a fazer um ensaio de auto-biografia é ou não é o prenúncio do fim?"

ok, é verdade que adorei aquela imagem do mar, mas era tão poucochinho, comparado com a potência do "bolero" (lá vem ela outra vez...) ou a força do "sacre du printemps", ou com a homenagem a freddy mercury, ou até mesmo ao recente "brel et barbara". tão poucochinho...

a homenagm a mozart, depois do intervalo, também passou, sem margem para assombro. mas depois, esgotada que estava a minha reserva de expectativa... apareceu isto


e respirei de alívio. béjart não está lá muito em forma, mas a homenagem que fez, esta noite, a fellini, conseguiu (na minha mais modesta opinião, claro) salvar-lhe a face. o que é que se diz, o que é? grazie federico!

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